sexta-feira, 25 de julho de 2014

LÚCIDA ANÁLISE SOBRE O #TRABALHO, POR EDUARDO GIANNETTI (COLUNISTA DO JORNAL "FOLHA DE SP")

(matéria jornalística enviada por e-mail pelo meu colega Dr. Zander Navarro)

Prezado Dr. Zander
De tão contundente este texto diante de nossa condição atual, não sei nem o que comentar...
Creio que o ponto nodal é a clássica questão entre o "ter" e o "ser", que o autor inteligentemente transpõe para o "fazer", categoria mais afim às dimensões laborais.
Se avançarmos na articulação, e adicionarmos a isso, por um lado, a vertiginosa desmaterialização do trabalho na sociedade da informação, onde o "fazer" se traduz em conhecer, analisar, pensar, articular, co criar, inovar, etc..., todas elas ações essencialmente de bases imateriais; por outro lado, se pensarmos que é cada vez mais difícil o exercício do livre debate e o pensar, a desconstrução, a análise, a síntese, a "leitura" e o "olhar" nos ambientes destinados a isto, concluo que, seguindo esse autor, estaríamos caminhando a passos largos para uma verdadeira inversão/subversão completa do cogito cartesiano quando, paradoxalmente, somos pagos [ter] para não pensar [não fazer], logo, para não "ser"?!
Em outras palavras, algo do tipo: do "penso, logo sou/existo" [cogito, ergo sum] para "não penso, logo tenho" [non cogito, ergo habeo (?)]!...
Sempre fico pensando que grandes mistérios esconde a "natureza institucional" e sua dinâmica, tão avessos ao rigor ético e técnico, assim como ao mais legítimo e visceral  anseio de realização pessoal e profissional do ser humano através do trabalho enquanto "fazer", por excelência?...
Enfim... citando Descartes: "Daria tudo que sei pela metade do que ignoro."
Abs
Fernando Hello

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