[Link indicado por S. Fogaça]
Prezada S.
Esta questão da constituição do "Self" e de suas
fronteiras em relação ao "mundo exterior" é uma das coisas mais
complexas da Psicologia.
Há um longo caminho percorrido pela Filosofia, desde a
Grécia Antiga até o Idealismo alemão, o Iluminismo e depois o Estruturalismo
francês, o Racionalismo inglês, o Pragmatismo americano, com inúmeros autores e
teorias, etc.
Saindo da Filosofia e entrando na Psicologia, existe também
um infindável esforço por delineamento dessas fronteiras, de seus processos
estruturantes e de suas estruturas.
Grosso modo, em primeiro lugar, existe uma forte corrente
derivada do materialismo histórico [Marx e Engels], onde sempre o mais
importante é o coletivo em detrimento do individual; daí a proposta de que o Self seria essencialmente estruturado a partir da interação social com os
demais [Teoria Sócio construtivista de Vygotsky; e depois, Bakhtin, com ênfase
particular na linguagem, etc.; e, mais recentemente, os autores da Escola de
Frankfurt].
Em segundo lugar, paralela e contemporaneamente, outra
vertente é o Construtivismo de base estruturalista de Jean Piaget, e sua
Epistemologia Genética que vai estudar a estruturação das instâncias psíquicas
no humano dando ênfase à sua evolução ontogenética, ou seja,
essencialmente "interna" e de forma independente do ambiente e dos
outros, indivíduos ou grupos.
Dessa forma, temos na Psicologia estas duas grandes
correntes que hoje, creio, são
perfeitamente complementares, mas que por muito tempo rivalizaram de
forma mutuamente excludente. Enfim... esta é um longa conversa, até mesmo para
os especialistas.
De qualquer forma, creio que não existem "fronteiras
para o Self" como diz o texto... A meu ver, ele é uma instância psíquica,
parte de uma tópica utilizada de forma didática, inclusive por Freud, para que pudéssemos
compreender melhor o aparelho psíquico, em essência, muito mais complexo que o
próprio "modelo"!
Nesse sentido, sou Freudiano, ou seja, adoto que existem diferentes "modelos" para melhor compreensão do aparelho psíquico, como proposto por Freud: a primeira tópica (modelo topográfico) [inconsciente, pré-consciente, consciente]; a segunda tópica [id, ego, superego]; modelo econômico [quantitativamente energético, do tipo carga-descarga]; modelo dinâmico [pulsão]; hidráulico [vasos comunicantes], etc.
Nesse sentido, sou Freudiano, ou seja, adoto que existem diferentes "modelos" para melhor compreensão do aparelho psíquico, como proposto por Freud: a primeira tópica (modelo topográfico) [inconsciente, pré-consciente, consciente]; a segunda tópica [id, ego, superego]; modelo econômico [quantitativamente energético, do tipo carga-descarga]; modelo dinâmico [pulsão]; hidráulico [vasos comunicantes], etc.
Nessa linha, a categoria "Self" seria, por sua
vez, mais um modelo para melhor compreensão do aparelho psíquico.
Portanto, quais são seus limites, se é estruturado desta ou daquela forma, são apenas inferências sobre um modelo didático-teórico e, portanto, apenas análogo ao real.
Portanto, quais são seus limites, se é estruturado desta ou daquela forma, são apenas inferências sobre um modelo didático-teórico e, portanto, apenas análogo ao real.